Entenda se é melhor castrar ou não, e quais as implicações e consequências por trás dessa decisão.
Normalmente, o primeiro ano de vida de um gato representa sua infância e adolescência.
Aos 5 meses de idade, os gatos já entram na puberdade e as fêmeas, especificamente, têm o seu primeiro cio.
Como essa fase pode deixar o gato mais agitado e alterar o seu comportamento, surgem as dúvidas sobre a castração.
É melhor castrar antes do primeiro cio? Qual a idade ideal para a castração? Quais as consequências de castrar um gato?
Vamos responder todas essas perguntas com base na comunidade científica veterinária. Acompanhe!
O período de cio das gatas
Vamos começar falando das gatas. Segundo o E-Book O Pulo dos Gatos, da tutora Eduarda Viegas e da médica veterinária Caren Barth, as fêmeas já podem entrar no cio a partir dos 5 meses de idade.
O cio é um ciclo que pode durar cerca de 10 dias e se repetir a cada 2 meses.
O ciclo é dividido em três partes:
- Proestro: o corpo da gata está começando a se preparar para a reprodução;
- Estro: a gata está pronta para se reproduzir, e começa a emitir os miados característicos do “cio” para chamar a atenção de gatos machos;
- Anestro: é o relaxamento que representa a inatividade sexual. A gata para de produzir hormônios e seu comportamento volta ao normal.
Principalmente durante o estro, você pode notar comportamentos alterados, como miados diferentes e agitação.
As gatas que ficam livres para sair de casa sozinhas podem passar mais tempo fora e receber visitas de gatos machos.
Normalmente, elas também andam com a cauda e o bumbum levantados, ao mesmo tempo em que abaixam o corpo.
E os gatos?
No caso dos machos, eles não possuem cio, mas passam também pela puberdade, que os preparará para a reprodução.
Essa fase tem início entre os 6 e os 8 meses de vida, e é nela que o gato atinge a maturidade sexual.
Diferente das fêmeas, os machos não apresentam ciclos. A partir da puberdade, eles podem acasalar sempre que a fêmea os aceitar.
Os principais comportamentos observados em machos são a agressividade e a marcação de território (eles fazem xixi fora dos locais habituais).
O que acontece com o gato quando ele é castrado?
A principal característica da castração é que os órgãos reprodutivos dos gatos param de se desenvolver.
No caso das fêmeas, os ovários e o útero são completamente retirados.
Como consequência, os gatos normalmente ficam mais calmos, param de brigar com outros gatos ou pessoas, de se exibir e de marcar território.
Contudo, existem riscos envolvidos na castração, motivo pelo qual as opiniões dos especialistas divergem.
Por um lado, a castração pode prevenir infecções como piometra, hemometra e outras doenças, evitar o cio e diminuir o instinto territorialista.
Por outro, como os canais urinários param de se desenvolver, há o risco aumentado de problemas no sistema urinário.
Há ainda a polêmica que fala sobre alguns tipos de câncer nos gatos.
Segundo a veterinária Dra. Larissa Rüncos, a ciência traz informações divergentes, bem como a mudança na compreensão dos efeitos da castração ao longo dos anos.
Ela comenta que, antigamente, a maioria dos estudos apontava que a castração prematura evitava câncer no sistema reprodutivo dos gatos.
Hoje, porém, já existem estudos mais atuais apontando o contrário, que a prevenção foi mais eficaz após determinado tempo de desenvolvimento do gato antes da castração.
Portanto, ela afirma que a melhor forma de decidir é procurar um veterinário, ouvir sua opinião e estudar seu caso particular.
Tipos de criação influenciam na castração
Castrar ou não? Existem dois tipos de criação de gatos e eles influenciam nos efeitos da castração e no melhor momento para que ela seja feita:
- o gato exclusivamente domesticado, que não sai de casa sem supervisão;
- e o gato que fica livre para sair e voltar quando quiser.
Gato domesticado
O gato domesticado é aquele que só sai de casa acompanhado de seus tutores, e muitas vezes somente dentro de mochilas de transporte para gatos.
Quando saem, nunca são deixados sozinhos, especialmente em contato com outros gatos.
Nesse caso, a Dra. Larissa recomenda que a castração aguarde mais tempo, no mínimo até os 5 meses de idade. Quanto mais próximo de 1 ano, melhor.
Isso porque esse é o tempo necessário para que o organismo do gato se desenvolva e, segundo ela, diversos estudos apontam que os gatos com o organismo mais desenvolvido são mais saudáveis e apresentam menos problemas de saúde.
Gato semi-domesticado ou livre
Já no caso dos gatos que saem na rua sem supervisão, que vivem em um coletivo com outros gatos ou que ficam à vontade quando estão com outros gatos, a castração pode ser feita mais cedo.
Segundo as autoras do e-book O Pulo dos Gatos, a castração pode ajudar no controle populacional dos gatos, reduzir a gravidez psicológica e evitar que os gatos saiam muito na rua e estejam expostos aos riscos que isso traz.
Para a Dra. Larissa, se uma fêmea que passeia muito deu muitos problemas no primeiro cio, o ideal é castrar e não aguardar o próximo
Mas e aí, castrar ou não?
Definitivamente, se você não pretende que seus gatos tenham filhotinhos, o melhor é castrar. Entretanto, o momento certo para isso vai variar de caso para caso.
O veterinário é a única pessoa que vai poder analisar o seu caso e determinar se é melhor castrar mais cedo ou mais tarde.
Uma coisa é certa: o procedimento cirúrgico só pode ser feito em uma clínica veterinária devidamente habilitada, por um médico veterinário experiente, com todos os exames pré-operatórios para realizar a cirurgia.
Além disso, o veterinário deve orientar o tutor sobre o pós-operatório, especialmente para as fêmeas, visando o bem-estar do seu pet.
Certifique-se de verificar as qualificações do veterinário e da clínica, garantindo que seu amiguinho estará em boas mãos.