Antes que você pense que é uma nova raça de gatos, vamos te explicar. “Trata-se de uma anomalia genética rara, que surge da fusão de dois embriões. A fusão gera um animal com células que contém dois tipos de DNA, cada qual com suas próprias características.
De forma resumida, o quimerismo ocorre quando dois gêmeos não idênticos se mesclam ainda no útero, formando um só indivíduo. Se a fusão ocorre tardiamente, gatos siameses seriam gerados”, explica a bióloga, mestre e pós graduanda em comportamento animal, Nathalie Amorim Fernandes, autora do perfil @cecicatcom.
O nome “quimera” é uma alusão à mitologia grega e aparece em algumas histórias da Grécia Antiga como a Ilíada de Homero. Quimera era uma figura mitológica que possuía aparência híbrida de vários animais conjugados em um só. A imagem mais comum retratada da Quimera era a que apresentava cabeça de leão e bode, corpo de leão, asas de dragão e cauda de serpente.
Considerado um evento raríssimo na Medicina, tanto veterinária quanto humana, a quimera não é uma anomalia só nos gatos, mas pode ocorrer em diversos grupos de animais e, inclusive, em humanos. E apesar da descrição parecer um tanto estranha, especialistas explicam que o quimerismo não causa grandes consequências para o dia a dia.
No caso dos gatos, o quimerismo pode ocasionar a pelagem de duas cores bem distintas e separadas. É o caso do gato Nárnia de la Grâce, um macho da raça British Shorthair, que nasceu em Paris, em 2017, e vive com sua tutora Stéphanie Jimezes, na Inglaterra. Nárnia tem os dois lados do rosto bem separados, um com a coloração preta e o outro com a coloração acinzentada.
Há algum perigo ou risco para a saúde do pet?
Apesar de ser uma condição genética muito rara, o animal com quimera não precisa de nenhuma atenção especial. “A única característica é que, caso os embriões sejam de sexos diferentes, o pet pode nascer hermafrodita”, explica a Dra. Renata Brunetto, médica-veterinária da Petz.
“De resto, deve-se realizar consultas periódicas ao veterinário assim como qualquer outro amigo de quatro patas”, concluiu a médica-veterinária.
Outra charmosa condição genética
Se o quimerismo na biologia é algo raro, há outra característica charmosa que é bem mais comum: a heterocromia. O fenômeno ocorre quando as células de um olho recebem melanina e as de outro não. Sendo assim, o pet fica com um olho de cada cor, com um charme irresistível.
Apesar de ser mais comum em animais, a condição também pode ocorrer em humanos. Tudo vai depender das características genéticas e de diferentes condições ambientais.
Mas independentemente da condição genética, nossos amigos de quatro patas possuem uma beleza especial, mostrando que, no fundo, cada pet é mesmo único!
Fontes:
Nathalie Amorim Fernandes – @cecicatcom
Clube dos Bichos – https://bit.ly/3ncn3aZ
Blog Petz – https://bit.ly/2QoKK4