Por que não devo educar meu gato pelo medo?

A resposta é simples: porque os gatos reagem melhor a estímulos positivos. Embora possa ser até instintivo punir um gato quando ele se comporta mal, a punição não faz com que o gato se comporte melhor, pelo contrário, ela pode até criar mais problemas. 

A melhor maneira de dizer para o seu gato que você não gostou do que ele fez é dar as costas para ele e ignorá-lo. Ele vai acabar entendendo que aquela ação dele não teve a aprovação do seu tutor. 

“Os gatos são animais muito inteligentes e, principalmente, sensitivos. Eles entendem as expressões faciais do seu dono e são capazes de agir de acordo com elas. Ou seja, se você está triste, feliz, bravo, nervoso, eles conseguem entender”, explica a médica veterinária Carolina Porto. 

Assim como nós, humanos, somos diferentes, os gatos também o são e, por isso, educar um gato exige paciência e dedicação. Então você nunca deve punir um gato fisicamente para discipliná-lo. 

Os gatos ao se sentirem ameaçados e com medo, automaticamente vão se defender. É puro instinto. E como método de defesa, eles tendem a atacar. Além disso, dominar fisicamente um gato só irá romper ou até destruir o vínculo afetivo que existe entre você e o seu pet. É muito provável que ele fuja com medo de você, inclusive. Outro detalhe importante é que os gatos sentem uma grande dificuldade em associar a punição física ao mau comportamento. 

Gritar com o seu gato também não é uma forma de discipliná-lo, já que ele pode ficar assustado, se sentir estressado e ansioso, gerando até problemas comportamentais. Algumas pessoas tendem a esfregar o nariz do gato no local da urina ou das fezes, quando feitas fora da caixa de areia, mas isso também é errado! Isso só vai perturbar o gato ainda mais. Antes, é preciso entender o que está por detrás daquele comportamento e se existe algum problema de saúde ou mesmo comportamental.

Uma forma de punição considerada “menos grave” até pouco tempo atrás, era borrifar um spray com água no gato quando ele fizesse algo errado. No entanto, essa técnica também foi abolida porque estressa o pet e pode torná-lo agressivo ou medroso. 

Então, se você precisa adestrar o seu gato, leve em conta que o mau comportamento dele não é de propósito ou causado pelo rancor. Gatos não são rancorosos. É muito provável que ele esteja simplesmente tentando lhe dizer que algo não está bem no seu ambiente. 

As nossas emoções afetam as emoções dos gatos

Foto: Divulgação

Pode acreditar! As nossas emoções afetam as emoções dos nossos pets. 

É natural as emoções mudarem o comportamento e até algumas funções fisiológicas do ser humano. Frequência cardíaca alterada, respiração ofegante, pupila dilatada, temperatura elevada, pêlos arrepiados, cheiro alterado. Se isso acontece conosco, humanos, acontece também com os nossos pets. 

E mais: isso é uma via de mão dupla. “Os humanos afetam as emoções dos gatos e os gatos afetam as emoções dos humanos. Nossas emoções negativas tendem a afetar as emoções negativas do gato também”, explica a doutora Larissa Rüncos, veterinária especializada em comportamento felino. 

Segundo Rüncos, o comportamento agressivo do gato pode ser um reflexo do comportamento agressivo do seu dono. “Em uma estrutura familiar equilibrada não há a necessidade de utilizar comportamentos agressivos para resolver questões ou vontades”, salienta.

Portanto, quando as agressões do gato começam a aparecer, elas são um desvio de comportamento e de conduta e ocorrem quando ele não consegue utilizar uma outra comunicação mais positiva e amigável com os seus donos. “Quando um gato está apresentando um comportamento agressivo tem alguma coisa que não está bem com este gato. É importante prestar atenção, levar isso em consideração e procurar ajuda para este gato”, finaliza a médica veterinária. 

O que fazer então?

Aprenda a ver os comportamentos indesejáveis do seu gato como uma forma de comunicação dele consigo, pois isso irá ajudar você a chegar à raiz do problema e resolver esses distúrbios de comportamento de forma positiva. 

Lembre-se que você é o tutor do seu gato, então é de sua responsabilidade fornecer um ambiente saudável, amoroso e estimulante para ele. Os maus comportamentos ocorrem quando algo não está certo e devem ser vistos como um sinal de que alguma coisa no ambiente precisa ser mudada. 

Punir o gato, na verdade, pode originar medo e desconfiança nele. Devemos levar em conta que o mau hábito de gritar, bater palmas ou pulverizar água pode até sanar o problema naquele momento, mas essas técnicas deixam o gato ainda mais estressado e ansioso. Em vez disso, tente criar soluções que sejam positivas. Uma delas, como dito lá no início do artigo, é ignorar o seu gato, dando as costas para ele. Assim ele vai entender que não teve a sua aprovação. Em último caso, se for difícil para você treinar o seu gato, procure a ajuda de um especialista em comportamento animal.

E por fim, lembre-se que o seu gato acha que você é o melhor tutor do mundo! Ele tem memória, consciência e sentimentos. E é exatamente por estes motivos que você deve tratá-lo com amor e respeito, aprendendo a abordar os seus problemas de comportamento da maneira mais razoável e amorosa que ele merece.  

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Fontes: 

Universo de Gatos – Por que nunca deve punir um gato? https://bit.ly/3gLoVGu

Dra. Carolina Porto – Curiosidade para gateiros: seu gato entende você. https://bit.ly/32Vg8JV 

Dra. Larissa Rüncos – Nossas emoções afetam as emoções do gato – https://bit.ly/3xvFMDl 

Dra. Larissa Rüncos – Agressividade em gatos – por que eles agridem? https://bit.ly/3vyurRf 

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